O candidato a uma franquia precisa conhecer o que levou a rede de franquias que escolheu a obter o sucesso.
Analisando a história de muitas redes de franquias de sucesso no Brasil percebe-se que tudo foi conseguido com muito trabalho, com uma luta diária dos empreendedores em busca de resultados, de melhores processos, da qualidade de seus produtos e do atendimento ao cliente. O sucesso não veio por acaso. Muitas empresas passaram por todos os estágios de desenvolvimento dos negócios, da fase Empreendedora à de Desenvolvimento e por último da Maturidade. Uma grande parte está na fase de Desenvolvimento, onde a busca por ocupação de mercado e de maior volume de venda é o foco principal.
Por mais que este empreendedor ainda tenha que percorrer algumas etapas de seu processo de desenvolvimento, até chegar ao estágio de maturidade ele detém um conhecimento profundo sobre o seu negócio. A curva de aprendizado percorrida permitiu a ele um domínio sobre o que é melhor para o sucesso do seu negócio, mais especificamente no que diz respeito a produtos, clientes e mercado. Por vezes, ainda lhe falta aperfeiçoamento na estrutura e nos processos, mas, a essência do negócio ele domina.
Conhecer as informações do passado e do presente das redes fica mais fácil para os candidatos a uma franquia ou para os franqueados entenderem o conceito do negócio e os processos e critérios definidos pela franqueadora em manuais e contratos, bem como o que deu certo e o que não deu e as razões; Por que esse produto e não aquele; Por que esse preço e não da rede tal e por que não fazer isso ou aquilo.
Por vezes, em processos de seleção de franqueados, nos deparamos com comportamentos de profissionais querendo “reinventar a roda” e com questionamentos precipitados e muitas vezes sem conhecimento de causa e sem embasamento técnico, sobre a gestão e os processos formatados para a franquia. O franqueador deve estar atento para esse tipo de comportamento, pois se aspectos levantados pelo candidato ou pelo franqueado não forem devidamente esclarecidos – e aqui vai uma alerta – com paciência e entendimento do momento de ansiedade que ambos estão passando, podem ocorrer duas situações: No caso do franqueado, pode levá-lo a desviar o foco de sua atenção que deve estar 100% voltada para o conhecimento da operação e capacitação da equipe. Se for um candidato, ele pode optar por outra rede e, geralmente aquela que, mais atenta, respondeu à sua necessidade de informações durante o processo de seleção.
Diante deste cenário vai uma alerta aos futuros franqueados: Se a essência do franchising está em replicar um modelo de sucesso, procure avaliar antes os fatores de sucesso da rede que está pesquisando, tire todas as dúvidas com os franqueadores e, se necessário, peça ajuda a especialistas. O que não conhecemos, não temos como avaliar, muito menos questionar. Não dá para discutir sobre o Mark up de um negócio sem entender a cadeia de abastecimento dos produtos, logística, preços de mercado, custos internos e outros dados que só a franqueadora terá condições de esclarecer, salvo que o candidato seja alguém do mercado e que domine o assunto. O que não quer dizer que o candidato deva aceitar tudo que está numa planilha, mas, deve conhecer as premissas utilizadas junto ao franqueador e entrar no negócio após ter esclarecido todas as dúvidas quanto aos resultados projetados para os primeiros cinco anos.
Só o fato do franqueado entender as razões que levaram a rede ter o sucesso que tem, o relacionamento com o franqueador tende a fluir melhor no futuro, sem o estresse que às vezes acontece no início de qualquer relacionamento. O conceito de interdependência deve estar claro desde o início do relacionamento na mente do franqueado e do franqueador. Este deve ver o franqueado como um cliente e parceiro de valor e o franqueado por outro lado deve ver o franqueador como líder que domina o negócio e que as regras do sistema de franquia formatado por ele devem ser praticadas, antes de qualquer outro processo ou ideia que deseje implantar.
Finalizando, a confiança que o franqueado deposita no franqueador e vice-versa é o caminho para uma relação saudável e lucrativa no futuro. Portanto, sucesso!
*Claudia Bittencourt é diretora-geral do Grupo BITTENCOURT