Novo CEO da Starbucks, Kevin Johnson, assume o comando da empresa em um momento delicado de desaceleração de seus negócios nos Estados Unidos. Por mais de seis anos, a Starbucks apresentou crescimento trimestral de 5% ou mais nas vendas mesmas lojas em seu maior mercado. Entretanto, isso mudou no ano passado, quando as vendas da companhia começaram a ficar abaixo das estimativas de analistas.
Em 2016, a empresa atribuiu seus resultados a vários fatores, como incertezas quanto ao resultado da eleição presidencial nos Estados Unidos, a baixa confiança do consumidor e problemas causados por mudanças em seu programa de fidelidade. Já em janeiro, um aplicativo lançado para reduzir as filas nos caixas causou ainda mais transtornos, aumentando a lotação nas áreas de entrega das bebidas em algumas lojas e afastando outros consumidores.
Segundo Johnson, em entrevista ao jornal The Wall Street Journal, a empresa tem buscado soluções para evitar esse problema. “Em algumas das lojas, nós colocamos um barista para receber os clientes e entregar seus pedidos quando eles entram na loja. Isso tem aliviado o grande movimento. Também lançamos uma nova tecnologia no aplicativo que avisa pelo celular quando a bebida está pronta”, acrescentou.
Johnson apontou que, nos Estados Unidos, muitas oportunidades de crescimento para a empresa podem estar fora dos grandes centros urbanos, em áreas mais suburbanas, no Meio-Oeste. “Para os próximos cinco anos, nós esperamos construir 12 mil lojas adicionais em nível global, alcançando a marca de 37 mil lojas”, disse, ressaltando que boa parte desse mercado está focado nos EUA e na China – mercado que ele acredita que pode superar o norte-americano nos próximos 10 a 15 anos.
Johnson, de 63 anos, foi membro do conselho de administração por vários anos antes de se juntar à diretoria executiva. Ele sucede Howard Schultz, que deixou o cargo de CEO para se dedicar aos novos planos da companhia de abrir cafeterias mais sofisticadas. A mudança na direção na empresa, anunciada em dezembro do ano passado, teve como objetivo renovar a marca, que vem enfrentando concorrência cada vez maior de redes mais sofisticadas como Stumptown e Intelligentsia e populares como Dunkin’ Donuts.
Schultz vai manter a posição de presidente do conselho de administração e disse, no anúncio da sucessão, que não pretende se afastar da companhia nem concorrer a cargo público, como já se especulou no passado. Ele começou a trabalhar na Starbucks em 1982, como diretor de marketing. Após uma disputa com os proprietários, deixou a empresa e, em 1986, abriu sua própria cafeteria, chamada Il Giornale. Mais tarde, comprou a unidade de varejo da Starbucks e adotou o nome em sua loja. Atualmente, há mais de 25 mil lojas Starbucks no mundo.
Fonte: PEGN