Grupo Bittencourt
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Master franqueado exige investimento e conhecimento de mercado

Para representar uma rede de franquia estrangeira, é importante entender se o produto ou serviço vai se adequar ao mercado brasileiro.

Imagine investir em uma franquia e no meio do caminho perceber que entrou numa roubada? Victor Giansante e seus sócios se tornaram master franqueados em 2007 para o Brasil, de uma rede americana especializada em salada de alfaces, rúculas e agriões. Mas, souberam que a rede lá fora estava desmoronando, já que de 150 lojas no mundo, caíram para oito operações, sem contar a do Brasil.
SALADPara entender o que estava acontecendo com a rede, Victor montou o escritório dentro de uma das 25 lojas brasileiras. Ele começou a observar o negócio e descobriu, por exemplo, que o consumidor não aguentava mais só comer salada.
Com muita negociação, a rede conseguiu em 2008, autorização da matriz para mudar o cardápio, que até então não levava em conta os hábitos de consumo dos brasileiros. Foram lançados então os pratos quentes: grelhados, crepes e quiches. No frio, o negócio tinha uma queda de 40% em vendas.
Com a entrada dos novos produtos as vendas se mantiveram mais equilibradas, durante todo o ano. Ao mesmo tempo, os empresários mudaram a apresentação dos pratos. Com essas mudanças, as vendas no geral aumentaram 20% e chegou a hora de dar um passo adiante:  tornar-se independente.
A master franquia no Brasil cancelou o contrato com a matriz americana e lançou em 2015 uma marca própria. O negócio ganhou fôlego e o número de lojas passou de 25 para 38. O faturamento de uma unidade que antes era de 100 mil por mês passou para 140 mil.
Alma do Negócio: Master Franqueado
Master franqueado é o representante de uma rede de franquia estrangeira em outro país. O investimento é grande e varia de acordo com o tipo de negócio. É uma opção interessante para quem quer empreender na área de franquia, pois pode trazer para o Brasil uma marca forte e reconhecida.
Traz conhecimento, apoio do franqueador, acesso a ganhos de escala e propaganda mais profissional. No entanto, o próprio vice-presidente da Associação Brasileira de Franchinsing (ABF), André Friedheim, alerta que tem que prestar atenção no contrato.
O prazo de parceria tem que estar bem definido, assim como o número de unidades que o master franqueado terá que abrir e em que período de tempo.
É preciso estabelecer qual serviço e apoio o franqueador vai dar e com que frequência ele vai fazer visitas ao máster franqueado. É preciso ter cláusulas especificas para saída e rescisão do contrato.
A orientação é conversar com outros master franqueados da própria rede que estão em outros países, para ver como eles atuaram. E se o negócio não pegar no Brasil, o empreendedor pode colocar no contrato algumas regras para fazer adaptações para o mercado nacional onde ele vai atuar.
O mais importante é que essas adaptações sejam feitas com anuência do dono da marca, não pode perder o “DNA” do negócio, as características que são importantes para que ele funcione.
É sempre bom consultar um advogado especializado em franquia. Todo mercado tem regras próprias de consumo. A grande dica é fazer estudo de mercado para entender se realmente o produto ou serviço que se pretende trazer ao Brasil vai se adequar ao mercado brasileiro.
Fonte: PEGN