Se você tem um negócio que está indo bem, com clientes satisfeitos e resultados consistentes, pode ser que a pergunta ‘como franquear meu negócio’ já tenha passado pela sua cabeça. Esse tem sido o processo natural para que modelos de negócio bem-sucedidos ganhem escala e se posicionem de forma consistente no mercado.
Geralmente o empresário que pensa em como franquear um negócio tem obtido sucesso começa a sentir que a empresa poderia ser maior e melhor e começa a considerar desenvolver novos canais de venda por meio de uma estratégia de expansão.
Porém o que acontece em alguns casos é que o empresário, apesar de estar tendo sucesso no seu negócio, não possui o capital necessário para investir sozinho em mais unidades. É aí que entra o franchising. Um modelo de expansão que mantém a consistência da marca e reputação do negócio, permite o ganho de escala e que conta com o capital de terceiros para fazer isso acontecer.
A preocupação com a reputação da marca é genuína uma vez que muitas vezes ela acaba sendo mais valiosa do que a própria empresa, e justamente por isso, há uma série de cuidados para que o franqueado mantenha a consistência em sua utilização.
Mas afinal, quais são os negócios que podem se estruturados para expansão via franquias?
Uma boa resposta é que não há limites para o franchising. Ao longo de nossa experiência enquanto consultoria temos atuado nos mais diversos setores da economia, levando o franchising para diferentes mercados. Desde os setores mais tradicionais como o varejo, foodservice e serviços até agronegócio, indústrias e infraestrutura. Muitas vezes as empresas buscam o sistema por entenderem que é uma forma padronizada de crescer, com maior segurança e consistência, e isso vale para qualquer negócio.
Qual é o segredo por trás do modelo?
Fundamentalmente são 3 os principais aspectos que garantem o sucesso de um sistema de franquias.
O primeiro deles, já mencionamos acima, é um conceito e modelo de negócio de sucesso. O segundo é a estrutura da franqueadora – ou seja, toda a estrutura de suporte que a marca vai oferecer para os franqueados – e o terceiro, é o franqueado. Um bom operador que entende do negócio, está engajado com os resultados e com a marca.
Esses 3 pilares se bem estruturados sustentam uma boa estratégia de expansão via franquias.
Ganha ganha
Há quem possa pensar que franquear um negócio é uma ótima forma de crescer com o sacrifício e trabalho de um terceiro. Na verdade, esse é um dos grandes enganos que um empresário pode ter. Na relação de franquia, ou a relação é de “ganha ganha” ou ela simplesmente fracassa.
De um lado temos o franqueador que passará a ter acesso a um novo mercado, sem investimento direto em novas operações e sem precisar operar o negócio garantindo assim uma força de trabalho local, e do outro lado um franqueado que terá acesso a uma fórmula de negócio de sucesso, a uma marca reconhecida e todo o know how da franqueadora. Cada um com suas responsabilidades e direitos e tendo ambos que terem resultados com o negócio.
A decisão de franquear o negócio
A decisão de seguir pelo caminho do franchising passa por algumas reflexões importantes considerando desde aspectos econômicos, de controle dos canais e de necessidade de adaptação – seja do empresário seja do negócio em si.
Geralmente a equação Custo x Controle funciona bem na escolha de qual canal de distribuição utilizar. Aqueles que oferecem menor custo, também tendem a oferecer menor controle do canal – como por exemplo o atacado e a revenda. Os que permitem maior controle da operação no entanto, também são aqueles que exigem maior investimento como é o caso da expansão com unidades próprias.
Cada canal vai exigir algum tipo de renúncia porém também vai trazer alguns benefícios. No sistema de franquias alguns deles são:
- Ganho de velocidade na expansão em comparação com o investimento necessário
- Foco do franqueador no desenvolvimento e inovação do modelo
- Franqueados motivados com o negócio e focados em fazer dar certo
- Custos fixos menores
- Economia de escala entre outros.
Decisão tomada!
Depois de avaliados todos esses aspectos o empresário pode efetivamente se decidir pelo sistema e iniciar todo o processo de preparação para a expansão. Ele vai precisar seguir por uma jornada importante e não deve cortar etapas sob o risco de comprometer toda a estratégia.
Passo 1: Avaliar a viabilidade do negócio e se ele é realmente franqueável. Fazer um estudo completo considerando a proposta de valor, o modelo de negócio atual, o mercado e a concorrência, a situação atual da empresa, avaliação estratégica financeira e todos os aspectos que podem influenciar na franqueabilidade do negócio.
Passo 2: Mapear todos os processos para a transferência do know how. Etapa importantíssima para a replicação do modelo. É nessa etapa que tudo que levou o negócio a ter sucesso é colocado no papel para poder orientar as obrigações do franqueado na gestão da franquia.
Passo 3: Formalização de todos os documentos que regulam a relação de franquia de acordo com a lei 13.966 de 2019. Fundamentalmente, o contrato de franquia, a circular de oferta de franquia e o pré-contrato de franquia.
Passo 4: Estruturação da franqueadora. Parte importantíssima para suportar toda a rede que vai se formar. Três aspectos fundamentais devem ser cuidados: Processos (manual da franquia), tecnologia que será empregada e pessoas.
Passo 5: Definido todos os aspectos “estruturais” da franqueadora é hora de selecionar um bom candidato à franquia. Cabe aqui dizer que trata-se realmente de um processo de selação e não de venda. Você vai querer ter os melhores franqueados na sua rede e não apenas aquele que teve o capital necessário para investir no negócio.
Passo 6: Rede formada, é hora de cuidar da sustentação das unidades e de manter os franqueados engajados. A gestão da rede em todos os seus aspectos é o que vai garantir a perenidade da marca e o sucesso de toda a estratégia desenhada.
E aí? Está pronto para franquear o seu negócio?
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