O setor de foodservice está passando por transformações significativas, impulsionadas por inovações tecnológicas e mudanças nas expectativas dos consumidores. Estou em Chicago com a delegação da Gouvêa Foodservice, representando o Grupo BITTENCOURT na NRA Show (National Restaurant Association), e tenho acompanhado os principais insights sobre o setor e como redes de franquias e o varejo de alimentação podem se apropriar desses aprendizados para se destacar no mercado.
Como era esperado, a tecnologia tem sido discutida de forma ampla. Seu uso, que já transformou diversos setores do mercado, aparece como estratégia indispensável também no foodservice. Ferramentas como sistemas de pedido digital, aplicativos móveis, quiosques de autoatendimento e o uso de inteligência artificial não apenas aumentam a eficiência operacional, mas também aprimoram a experiência do cliente, tornando-a mais personalizada e ágil.
Investimento em Aplicativos Móveis e Quiosques de Autoatendimento
As redes de franquias podem investir em aplicativos proprietários para ampliar a lealdade e a satisfação dos consumidores. A oferta de produtos pode ser personalizada, pois a marca consegue desenvolver promoções segmentadas e permite que os clientes façam pedidos, paguem e se relacionem com a marca. Com impacto nas operações, os quiosques de autoatendimento – que já vemos em diversos negócios no Brasil – reduzem filas e melhoram a precisão dos pedidos, além de liberar os funcionários para focarem em tarefas mais humanizadas, como atendimento ao consumidor de forma individualizada.
Sustentabilidade e Redução de Desperdício
Outro aspecto que tem sido amplamente discutido é a sustentabilidade e a redução de desperdício nas operações para minimizar os impactos ambientais. Gerir de forma inteligente os estoques com softwares que os monitoram em tempo real pode ajudar a prever a demanda e reduzir o desperdício de alimentos. Estabelecer parcerias com fornecedores locais e sustentáveis pode não só reduzir a pegada de carbono, mas também fortalecer a economia local e melhorar a imagem da marca perante os consumidores.
Políticas Alimentares Inteligentes
Os restaurantes têm um papel fundamental no desenvolvimento de políticas que apoiem agricultores, reduzam crises de refugiados e abordem mudanças climáticas. Engajar-se com ONGs e órgãos governamentais para promover políticas que beneficiem a cadeia de suprimentos de alimentos e reduzam o desperdício como um todo pode ser uma alternativa para acelerar a adoção dessas práticas. Do ponto de vista operacional, essa abordagem atrai talentos e promove maior engajamento dos times.
Balanceando Tecnologia e Interação Humana
Isso nos leva também à necessidade de balancear tecnologia e interação humana. Não se trata apenas de fornecer alimentos com excelência nas operações, mas de cuidar de toda a cadeia que impacta de forma direta e indireta a sociedade e o meio ambiente. Investir em treinamentos que capacitem os funcionários sobre o tema e sobre como utilizar a tecnologia a favor de estabelecer a conexão com o cliente é fundamental. Isso mantém a essência do atendimento humano, tão necessário para a hospitalidade e excelência do atendimento.
Conclusão
Cada vez mais fica claro que a combinação de tecnologia, sustentabilidade, interação humana, diversidade, conexão com a comunidade e influência política são os pilares para o sucesso no setor de foodservice hoje e no futuro próximo. Redes de franquias e o varejo de alimentação que souberem se apropriar desses aprendizados estarão mais bem posicionados para atender às expectativas dos consumidores modernos e se destacar em um mercado cada vez mais competitivo.
Felipe Koga, head de consultoria do Grupo BITTENCOURT – consultoria especializada no desenvolvimento, expansão e gestão de redes de franquias e negócios. (www.grupobittencourt.com)