Grupo Bittencourt
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Novos modelos de franquia desenvolvidos pelo mercado

A tendência de interiorização das franquias, o desejo de franqueados expandirem seus negócios e a necessidade de ampliar os canais de consumo faz com que novos modelos de franquia sejam desenvolvidos pelo mercado.
Com a estabilidade do cenário econômico nacional, os investimentos financeiros passam a ser menos atrativos e abre uma série de oportunidades para os investimentos em bens produtivos. Desta forma, o modelo de franquias contribui para que o empreendedor brasileiro possa ter uma melhor rentabilidade de seus investimentos, contando com todo o respaldo de uma marca forte, de um know-how consolidado e alguns diferenciais competitivos que estas redes proporcionam aos seus parceiros.
Além disso, temos muitas indústrias que buscam através das franquias, um canal de distribuição e vendas de seus produtos.
Com relação a estruturação, ou seja, definição dos processos, mix de produtos,estratégia de preços, atendimento, dentre outros, é realizado pelo próprio franqueador, sendo que muitas vezes, com o auxílio de uma consultoria especializada no segmento.
Vantagens dos modelos menores:

  • – Investimento menor
  • – Despesas fixas menores
  • – Operação relativamente mais simples
  • – Possibilidade de instalação em um maior número de localidades

Desvantagens:

  • – Dependência do fluxo de clientes de onde está localizado (Shoppings,Supermercados, postos de gasolina, centros comerciais, etc.)
  • – No caso dos quiosques, a relação contratual mais vulnerável, sendo firmado um contrato de locação entre 3 a 6 meses.

Muitos espaços nos centros comerciais (Shoppings, Supermercados, etc.), antes reservados para os quiosques cujo foco era a venda de produtos/serviços, vêm sendo utilizados como uma ferramenta dentro da estratégia de divulgação e merchandising de grandes empresas (Ex.: Samsung, LG, NET, etc.).Com o aumento desta demanda, os custos destes espaços teve um aumento significativo nos últimos anos, inviabilizando muitos negócios que dependiam do quiosque para sua sobrevivência.
Negócios menores tendem a apresentar uma venda por metro quadrado maior do que os outros negócios. Entretanto, algumas vezes, este incremento pode não ser suficiente para remunerar todos os custos fixos, folha de pagamentos, impostos e demais taxas pagas.
Com o aumento da visibilidade do mercado brasileiro no cenário internacional, há sim, uma forte tendência de redes internacionais iniciarem suas operações em território nacional.
Entretanto, há que se ter em mente que estes negócios podem não estar adaptados ao gosto e aos costumes do brasileiro. Para isso, recomenda-se que seja realizado um forte trabalho de adaptação deste modelo de negócios para que esteja apto as dinâmicas do mercado local.
O perfil independe do tamanho da franquia, e sim, do segmento de mercado em que está atuando. Alguns segmentos necessitam que o investidor seja operador, pois há a necessidade de acompanhar de perto a operação, caso contrário, será difícil alcançar os resultados esperados.
Acreditamos que há um grande mercado a ser explorado, principalmente, em cidades de menor porte (entre 80 a 200 mil habitantes). Para estes mercados, os modelos menores seriam uma alternativa para viabilizar as operações.
Nem todos os modelos de negócios podem se tornar uma micro franquia. Além disso, há que se levar em consideração, se esta estratégia poderá ou não modificar o posicionamento estratégico da rede, e a percepção do cliente sobre esta marca.Se mesmo assim, o empreendedor decidir em desenvolver este modelo de negócio,será preciso:

  • Desenvolver um projeto arquitetônico mais enxuto e funcional; Investimento inicial o mais baixo possível e a utilização de móveis, máquinas e equipamentos funcionais para facilitar a operação e rentabilizar o retorno do negócio.
  • Rever o mix de produtos: Em uma estrutura menor, muitas vezes não há espaço físico para apresentar e/ou preparar todo o mix de produtos de uma loja maior. Há que se escolher um mix de produtos adequado as necessidades de mercado, e ao mesmo tempo, estes produtos devem gerar uma rentabilidade suficiente para remunerar o retorno do negócio.
  • Rever a estrutura organizacional: Com um espaço físico e mix de produtos reduzidos, não há a necessidade de ter a mesma estrutura de recursos humanos do que uma loja maior. Neste caso há que se readequar, considerando o fluxo de clientes projetados, escala de horários dos funcionários e a estrutura financeira do negócio.
  • Realizar análises financeiras para verificar a viabilidade do negócio, tanto para o franqueado, quanto para o franqueador.
  • Levantar o investimento inicial detalhado, capital de giro, folha de pagamentos, despesas fixas, impostos e outras taxas, etc.
  • Simular /elaborar um DRE – Demonstrativo de Resultados e um fluxo de caixa.
  • Calcular o ponto de equilíbrio, VPL, TIR, Payback e todos os demais indicadores financeiros.

Caso o empresário não tenha a capacidade para elaborar tais análises, sugerimos que o mesmo busque uma ajuda especializada. Formatar o conceito (Instrumentos Jurídicos e Manuais): Geralmente, há a necessidade de uma consultoria especializada para orientar sobre todo o processo de franchising e desenvolver os referidos Instrumentos Jurídicos e Manuais.
Ao elaborar estratégia de abastecimento e suporte para estas novas unidades, leve em consideração:

  • Fabricação própria – Se sim, verificar se a fábrica possui capacidade produtiva para atender toda a rede
  • Fabricação terceirizada – Avaliar como será o controle de qualidade e a logística. Analisar se há a possibilidade de customizar o produto para as necessidades da rede
  • Definir se a distribuição será própria ou terceirizada.
  • Verificar se há alguma restrição jurídica /legal sobre o transporte ou a fabricação destes produtos

*Claudia Bittencourt é diretora-geral do Grupo BITTENCOURT