Grupo Bittencourt
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Chefe sobrecarregado é mais injusto com os funcionários

A falta de tempo e o excesso de trabalho tornam chefes ruins.

Um novo estudo de professores americanos aponta que gestores sobrecarregados acabam tratando seus subordinados de forma mais injusta. Publicada na edição online da revista a  acadêmica “Academy of Management”, a pesquisa envolveu três experimentos feitos nos EUA e na Índia com mais de 500 gestores, funcionários de  empresas e estudantes de administração. Os resultados encontrados pelos professores da Universidade de Nova York, Maryland e Flórida apontam que, quando estão sobrecarregados, gerentes acabaram privilegiando tarefas mais técnicas e relacionadas ao negócio principal da empresa, como supervisionar a produção, interagir com clientes e fazer reportes aos superiores.
Strong BusinessmanO que acaba comprometido, na comparação com gestores menos sobrecarregados ou mesmo com os dias em que aqueles mesmos gerentes estavam menos ocupados, são tarefas mais relacionadas ao tratamento justo da equipe. Isso inclui o cuidado na avaliação da contribuição dos subordinados, a decisão de seguir processos definidos para resolver questões trazidas pelos funcionários ou simplesmente o tempo para ouvir suas preocupações.
Um aspecto, no entanto, foi identificado pelos pesquisadores como capaz de diminuir esses efeitos. Em empresas com estruturas que recompensam os gerentes pelo tratamento justo dos funcionários, eles se mostraram capazes de agir de forma justa e ter bons resultados nas tarefas técnicas mesmo quando estavam com mais carga de trabalho.
“Ser justo é algo que requer tempo e esforço, e gestores sobrecarregados podem ter dificuldades para priorizar esse comportamento quando tarefas mais urgentes demandam atenção”, escrevem os autores, em um artigo  oublicado na “Harvard Business Review”. Para gestores que querem garantir que não vão tratar os subordinados injustamente por causa do excesso de trabalho, eles recomendam separar um tempo na rotina para tarefas como avaliação ou simplesmente conversar  com os subordinados.
Eles reforçam, no entanto, que as empresas são capazes de incentivar esse tipo de comportamento quando valorizam essa postura e não só as entregas técnicas, no que chamam de uma situação em que “todos ganham”. Até porque os gestores que deram prioridade às tarefas técnicas não tiveram um desempenho melhor nelas –  apenas prejudicaram os subordinados no processo.
Fonte: Valor Economico