Depois de 20 anos fornecendo seu produto aos consumidores brasileiros para que lavem roupa em casa, a Procter & Gamble (P&G) decidiu fazer o serviço completo.
A multinacional americana fez uma parceria neste mês com um grupo de sete lavanderias da marca de sabão líquido Ariel em São Paulo para lavar as roupas dos consumidores, na tentativa de ressaltar os atributos do produto. A intenção é elevar a tímida fatia de mercado de 3,5%, que deverá ficar estagnada em 2018.
Segundo a Nielsen, o sabão Ariel perdeu 0,1 ponto percentual de participação no ano passado. A estratégia é aumentar o contato da marca com os consumidores fora dos supermercados e da televisão e que o produto agora seja associado às retiradas de manchas e sujeiras em serviços profissionais. De acordo com a Euromonitor, em 2018, o mercado de sabão para lavar roupa deverá crescer 3,3% e movimentar R$ 6,74 bilhões. No ano passado, a fabricante Unilever foi líder no segmento com Omo (41,1%), Brilhante (16,2%) e Surf (6,3%). Em seguida, a Química Amparo, dona da marca Ypê (13,2%), e, por fim, a P&G, com Ariel (2,2%).
O investimento na estratégia não foi revelado. Rodrigo Padilla, diretor das marcas Ariel e Downy no Brasil, disse ao Valor que essa pode ser uma ferramenta importante para ajudar na reputação da marca. As lavanderias foram abertas em parceria com Tarcio Pinto, que foi franqueado da 5àsec por 15 anos, mas disse que já havia encerrado o contrato.
Há oito anos, a P&G inaugurou nos EUA a primeira franquia da lavandeira Tide Dry Cleaners, da marca de sabão Tide. Atualmente, a rede está com 60 pontos e a meta é alcançar 100 em 2019. No Brasil, os planos são semelhantes com Ariel, mas Padilla é cauteloso ao falar sobre a estratégia de expansão.
O contrato entre a P&G e o empresário é de três anos, com possibilidade renovação. No futuro, a conversão de unidades de concorrentes como DryClean USA, Quality e 5àsec será uma alternativa para acelerar o crescimento da rede Ariel. A tabela de preços das lojas mudou. Em pacotes para usuários frequentes, no valor de R$ 200, o preço para lavar a camisa caiu 24%, para R$ 9,50.
“A ideia é oferecer ao consumidor uma experiência sensorial. Assim como nos displays dos supermercados, as lavanderias têm sensores que disparam o perfume do amaciante Downy, também usado nas roupas dos clientes”, disse Padilla. Segundo ele, a P&G não receberá royalties, mas as unidades precisam
comprar os produtos das duas marcas.
Será lançado um serviço on-line para coleta e entrega de roupas nas regiões onde estão os estabelecimentos. Em 2016, a Omo lançou uma lavanderia online, mas a iniciativa durou cerca de um ano. “O objetivo foi entender melhor o consumidor da Grande São Paulo”, disse Cinthya Ribeiro, gerente de novos negócios da Unilever.
Fonte: Valor Economico