Para crescer de modo sustentável, marcas de todos os tamanhos deverão repensar o papel das megaoperações, criando alternativas que tenham custos fixos menores e maior rentabilidade
Detectar necessidades, modernizar processos operacionais e até rever o layout das lojas são ações imprescindíveis para franquias que queiram expandir seus negócios de forma sustentável. A tendência não se limita às empresas que estão começando, devendo chegar até operações já consolidadas no mercado.
Essa é a conclusão a que a diretora-executiva do Grupo Bittencourt, Lyana Bittencourt, chegou após realização de um projeto para a Arezzo, no qual formatou lojas que pudessem ser implementadas em cidades com população de até 200 mil habitantes. “No caso de um projeto para cidades com essas características foi fundamental, mas é um modelo inovador que pode trazer melhorias ao varejo nacional, porque, no final das contas, torna a operação mais vantajosa”, comenta.
De acordo com ela, em mercados menores, dificilmente será possível fugir de um modelo que não seja enxuto, mas mesmo em grandes centros a tendência é que até marcas consolidadas, como foi o caso da Arezzo, busquem mais eficiência. “Agora é o momento de revisão do modelo do mercado. Isso é algo que está em pauta independente do destino. Muitas empresas fecharam nos últimos anos [de crise econômica] porque não deram uma atenção efetiva à eficiência da operação e o controle de custos.”
Só neste mês, a consultoria trabalha em cerca de 10 projetos destinados à revisão do modelo de loja, número muito superior ao verificado em anos anteriores.
Neste movimento, Lyana ressalta que a tendência não se resume às marcas em processo de maturação, mas também de redes já consolidadas. “Quando a economia estava mais pujante, pouco se cuidou de eficiência do ponto de venda, e as franquias começaram a ficar mais flexíveis com investimento em marketing – estruturas que às vezes eram mais do que o necessário – e agora estamos nesse cenário onde não há recuperação concreta”, diz.
Na opinião da executiva, o desafio agora é a compreensão dos varejistas sobre o assunto. “Muitos ainda não entendem a importância. Existe uma necessidade dos empresários de reconhecer que é necessário ter eficiência na operação para continuar expandindo.”
Na prática
Como exemplo do que pode ser feito, ela conta o caso da Arezzo. O grande foco do projeto da rede era conseguir melhorias operacionais, de forma que fosse possível viabilizar a marca para cidades de menor poder de consumo. As lojas têm um potencial de faturamento que varia entre R$ 100 mil e R$ 150 mil.
Entre os pontos que ajudaram a revisar o modelo está a definição do tipo de loja. Definiu-se que as unidades precisariam ser de rua, com tamanho mínimo e mix de produtos mais vendidos. Além disso, um dos pontos mais inovadores é a experiência omnichannel. “Elas nascem contando com um sistema integrado e mais mobile”, descreve.
Outro fator que ajuda a reduzir custo é a mão de obra. “Não precisa existir todas as figuras do varejo tradicional, como gerente, caixa, estoquista.”
Segundo ela, se por um lado o modelo proporciona maior eficiência, por outro, é capaz de inovar com mais experiência, interação entre os canais e maior capacitação do vendedor, que deixam de focar apenas em metas de vendas e se transformam no chamado personal shopper.
Entre as tecnologias que as novas lojas Arezzo trazem estão ferramentas para relacionamento com o cliente, como o ponto de venda móvel. Lá não existe caixa físico, o consultor de vendas pode atender e fechar o pedido por meio de um celular. Além disso, há a integração de canais por meio de telas touch, que integra a operação da loja física com o e-commerce, complementando o estoque da loja.
Após estudo do Grupo Bittencourt, cidades como Passos (MG), Caldas Novas (GO), Muriaé (MG), Itaúna (MG), Salto (SP) e mais seis municípios brasileiros já receberam as novas lojas Arezzo.
Veja o vídeo de como ficou o resultado do novo modelo de loja Arezzo.
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Fonte: DCI