Grupo Bittencourt
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Tecnologia e plataformas na saúde

É preciso personalizar a saúde, conectando os pacientes com seus dados ou usando sensores para prevenir doenças.
As empresas de saúde precisam trazer mais valor para o paciente, enriquecendo sua experiência, do diagnóstico até a cura. Para isso, o atendimento deve ser personalizado, conectando o paciente com os seus dados, por meio de pílulas inteligentes, ou usando sensores para diagnosticar ou prevenir doenças, por exemplo.” A declaração foi dada por Roger Van den Heuvel, líder do setor de Life Science no Global Strategy Group, durante evento da empresa realizado hoje (08/05) em São Paulo.
A trajetória do paciente ocupou o centro das discussões no evento, que tinha como tema principal “Rethinking life sciences – moving from “evolution” to “revolution’” (“Repensando as ciências da vida – saindo da evolução para a revolução”).
Imp3dSegundo Peter Gilmore, conselheiro de estratégias para empresas farmacêuticas, uma boa trajetória faz com que o cliente crie empatia com a empresa. Ele citou um caso de pacientes com HIV, que solicitaram mais privacidade no hospital, desde o diagnóstico até o tratamento, passando por exames e consultas. “Muitas vezes, para melhorar a relação com o paciente, você nem precisa investir em pesquisa ou tecnologia. Basta entender suas demandas e se desdobrar para atendê-las.”
A personalização é um dos pilares para entregar uma boa experiência para o paciente e crescer no mercado atual, segundo Frank Meylan, sócio-líder de Customer Care da no Brasil. “Descobrimos que 54% das empresas que priorizam a trajetória do cliente têm ganhos financeiros”, diz.
De acordo com o estudo “Pharma Outlook 2030”, as tecnologias farmacêuticas são fundamentais para personalizar o tratamento, oferecer alternativas mais acessíveis, e também para agir de forma mais preventiva. “A longo prazo, os medicamentos como os conhecemos hoje não vão mais nos trazer os resultados esperados”, diz Van den Heuvel. “A tecnologia vai nos ajudar a encontrar novas soluções.”
Plataformas virtuais
Entre os exemplos do novo uso da tecnologia na saúde, ele cita o uso de impressoras 3D para criar órgãos, como o minicoração feito em Israel, o primeiro do mundo. Outro avanço é o uso de inteligência artificial e big data para fazer análises de dados que ajudem na prevenção e diagnóstico de câncer.
Há ainda a popularização de dispositivos vestíveis, como Apple Watch, que conectam os dados do paciente com o médico. “As empresas precisam trabalhar com esses dados”. “Isso aumenta as chances de encontrar soluções para cada paciente”.
Com as novas tecnologias, seria possível, por exemplo, traçar a trajetória completa do paciente pelos exames, diagnósticos e tratamentos. Também tornaria mais fácil para o paciente avaliar cada trecho desse caminho, como faria no Trip Advisor, por exemplo.
A adoção de plataformas digitais também pode vir de parceiras com healthtechs ou com empresas de tecnologia. A Google está financiando uma startup que pretende usar edição genética para que outras pessoas tenham acesso a essas variações de DNA. Roger ainda conta que a Alibaba, empresa de e-commerce chinesa, também tem feito parcerias com empresas de saúde no país. Segundo ele, para sobreviver as mudanças, as empresas farmacêuticas precisam ampliar sua carteira ativa, atuando em diferentes frentes.
Para Oliver Cunningham, sócio-lider de transformação digital no Brasil, antes de investir em novas tecnologias, é preciso que as empresas realizem transformações internas. “Não basta mudar a forma, adotando a automação de processos e o uso de dados. É necessário mudar a mente dos funcionários, para que saibam onde e como aplicá-los.”
Fonte: Folha MPME